Breve História da
Estratigrafia e Paleontologia
![]() |
Fig. 1- Nicolau Steno |
Em 1666, um bispo, Nicolau Steno (1638-1686), que também se
dedicava ao estudo anatómico, recebeu de dois pescadores a cabeça de um tubarão
para a estudar, dissecando-a e observando que os dentes eram muito parecidos a
umas certas “rochas” encontradas na altura, denominada de glossopetrai. A partir dessa descoberta, Steno argumentou que essas glossopetrais (Figura 2),
eram dentes de antigos tubarões que ficaram enterrados e, com o passar do
tempo, a sua composição química alterou-se.
Após este estudo, o bispo queria
tentar perceber como é que algo sólido é encontrado em outra coisa sólida, como
nas rochas e estratos existiam fósseis, camadas, filões, estratos, entre
outros, e com estas ideias, ele pôde afirmar que as rochas poderiam reconstituir a História da Terra.
![]() |
Fig. 2- Glossopetraes, fósseis de dentes de tubarão. |
Nicolau Steno, a partir desse conhecimento, elaborou o princípio da
sobreposição de estratos, afirmando que o estrato mais antigo é o inferior, e
que o mais recente é o superior, elaborou também o princípio da horizontalidade
original, em que afirma que a água dos rios transporta os sedimentos e que eles
acabam por pousar de forma gradual a medida que o rio passa, e criou o
principio da continuidade lateral, que diz que estratos com a mesma composição,
seja de fósseis ou litologia, que estejam ligeiramente afastados, outrora
estiveram juntos e são os mesmos.
O bispo
e investigador geológico é então considerado o Pai da Estratigrafia, mas outros
cientistas tiveram também uma grande importância para o estudo da mesma:
Por não
compreender algumas leis naturais, o naturalista Georges Cuvier (1769-1832), criou as leis da anatomia comparada, o que
possibilitou a reconstrução paleontológica de fósseis, e o que lhe permitiu
criar e defender algumas teorias sobre a História da Terra, como a extinção de
muitos seres vivos que já não se encontravam na superfície terrestre. Cuvier defendeu a teoria do
catastrofismo, em que afirmava que uma sucessão de várias catástrofes havia
acabado com formas primitivas de vida (considerando o Dilúvio, descrito na
Bíblia, como uma delas) e reconstituiu inúmeros fósseis, o que possibilitou uma
grande ajuda à História Natural, já que foi possível identificar muitos deles,
e fazendo com que tivesse uma grande importância na Paleontologia.
Como os anteriores, Johann Gottlob Lehman (1719-1767), Christian Fuchsel (1722-1773) e Giovanni Arduino (1714-1795), também tiveram um importante papel na
estratigrafia. Lehman e Fuchsel, na Alemanha, evidenciaram que existia um
contraste morfológico em Turíngia. Intrigados com o fenómeno, chegaram à
conclusão que, para aquilo ter acontecido, teriam de ter ocorrido dois
fenómenos distintos, sendo um a formação das montanhas Harz e outro o que originou
a planície da Turíngia. A partir daí, Lehman
concluiu que a história da Terra estava evidenciada em fenómenos gravados em
cada camada rochosa.
![]() |
Fig. 4- Johann Lehman |
Fig. 5- Christian Fuchsel |
Já Arduino, foi o
responsável por desenvolver a primeira classificação do tempo geológico. Após
um estudo geológico em Itália, criou a teoria de existirem vários períodos em
que ocorreram fenómenos naturais, e denominou quatro períodos importantes para
a historia da terra: Primitivo, Secundário, Terciário e Vulcânico.
![]() |
Fig. 6- Giovanni Arduino |
William Smith (1769-1839), é outro dos nomes importantes na História da
estratigrafia, uma vez que criou dois dos grandes Princípios Fundamentais da
Estratigrafia, o Principio da Sobreposição de Estratos e o da Identidade
Paleontológica, o que o levou a criar o primeiro mapa geológico de Inglaterra.
![]() |
Fig. 7- William Smith |
![]() |
Fig. 8- James Hutton |
Todos
estes cientistas deram a sua contribuição para a possibilidade de estudo da
estratigrafia e paleontologia (assim como outros, mais modernos, tentam fazer o mesmo) e fizeram descobertas que nos permitem agora
estudar e satisfazer a curiosidade humana no que toca ao que se passou desde a primordial
existência do nosso planeta até aquilo que nos rodeia hoje.
Fontes bibliográficas, consultadas entre os dias 30 a 5 de Maio:
Imagens:
-en.wikipedia.org
Sem comentários:
Enviar um comentário