quinta-feira, 16 de maio de 2013


Breve História da Estratigrafia e Paleontologia

Fig. 1- Nicolau Steno
Em 1666, um bispo, Nicolau Steno (1638-1686), que também se dedicava ao estudo anatómico, recebeu de dois pescadores a cabeça de um tubarão para a estudar, dissecando-a e observando que os dentes eram muito parecidos a umas certas “rochas” encontradas na altura, denominada de glossopetrai. A partir dessa descoberta, Steno argumentou que essas glossopetrais (Figura 2), eram dentes de antigos tubarões que ficaram enterrados e, com o passar do tempo, a sua composição química alterou-se.

Após este estudo, o bispo queria tentar perceber como é que algo sólido é encontrado em outra coisa sólida, como nas rochas e estratos existiam fósseis, camadas, filões, estratos, entre outros, e com estas ideias, ele pôde afirmar que as rochas poderiam reconstituir a História da Terra.

Fig. 2- Glossopetraes, fósseis de dentes de tubarão.
Nicolau Steno, a partir desse conhecimento, elaborou o princípio da sobreposição de estratos, afirmando que o estrato mais antigo é o inferior, e que o mais recente é o superior, elaborou também o princípio da horizontalidade original, em que afirma que a água dos rios transporta os sedimentos e que eles acabam por pousar de forma gradual a medida que o rio passa, e criou o principio da continuidade lateral, que diz que estratos com a mesma composição, seja de fósseis ou litologia, que estejam ligeiramente afastados, outrora estiveram juntos e são os mesmos.
            
    O bispo e investigador geológico é então considerado o Pai da Estratigrafia, mas outros cientistas tiveram também uma grande importância para o estudo da mesma:


               
     Por não compreender algumas leis naturais, o naturalista Georges Cuvier (1769-1832), criou as leis da anatomia comparada, o que possibilitou a reconstrução paleontológica de fósseis, e o que lhe permitiu criar e defender algumas teorias sobre a História da Terra, como a extinção de muitos seres vivos que já não se encontravam na superfície terrestre. Cuvier defendeu a teoria do catastrofismo, em que afirmava que uma sucessão de várias catástrofes havia acabado com formas primitivas de vida (considerando o Dilúvio, descrito na Bíblia, como uma delas) e reconstituiu inúmeros fósseis, o que possibilitou uma grande ajuda à História Natural, já que foi possível identificar muitos deles, e fazendo com que tivesse uma grande importância na Paleontologia.
             
Fig. 3- Georges Cuvier
           Como os anteriores, Johann Gottlob Lehman (1719-1767)Christian Fuchsel (1722-1773) e Giovanni Arduino (1714-1795), também tiveram um importante papel na estratigrafia. Lehman e Fuchsel, na Alemanha, evidenciaram que existia um contraste morfológico em Turíngia. Intrigados com o fenómeno, chegaram à conclusão que, para aquilo ter acontecido, teriam de ter ocorrido dois fenómenos distintos, sendo um a formação das montanhas Harz e outro o que originou a planície da Turíngia. A partir daí, Lehman concluiu que a história da Terra estava evidenciada em fenómenos gravados em cada camada rochosa.

Fig. 4Johann Lehman
Fig. 5- Christian Fuchsel 

Arduino, foi o responsável por desenvolver a primeira classificação do tempo geológico. Após um estudo geológico em Itália, criou a teoria de existirem vários períodos em que ocorreram fenómenos naturais, e denominou quatro períodos importantes para a historia da terra: Primitivo, Secundário, Terciário e Vulcânico. 

Fig. 6- Giovanni Arduino
 William Smith  (1769-1839), é outro dos nomes importantes na História da estratigrafia, uma vez que criou dois dos grandes Princípios Fundamentais da Estratigrafia, o Principio da Sobreposição de Estratos e o da Identidade Paleontológica, o que o levou a criar o primeiro mapa geológico de Inglaterra.

Fig. 7- William Smith
            James Hutton (1726-1797), geólogo, naturalista e químico, depois de ter feito vários trabalhos de investigação e interpretação de muitos fenómenos geológicos, criou o princípio do unifomitarismo e teve também uma grande importância para a estratigrafia moderna.

Fig. 8- James Hutton

Todos estes cientistas deram a sua contribuição para a possibilidade de estudo da estratigrafia e paleontologia (assim como outros, mais modernos, tentam fazer o mesmo) e fizeram descobertas que nos permitem agora estudar e satisfazer a curiosidade humana no que toca ao que se passou desde a primordial existência do nosso planeta até aquilo que nos rodeia hoje. 


           

Fontes bibliográficas, consultadas entre os dias 30 a 5 de Maio:
Imagens:
                  -www.geo-logic.org
                        -en.wikipedia.org 



Sem comentários:

Enviar um comentário