quinta-feira, 23 de maio de 2013

Estratos e Estratificações

      Entende-se por estrato uma camada de qualquer espessura constituída por um tipo de rocha sedimentar com a mesma composição química, o mesmo carácter físico, da mesma idade, que pode ou não conter registos fósseis, que tem uma atitude e inclinação diferenciadas e que por isso, ajuda a contar a sua história, ou seja, em que condições e ambientes se formaram e qual a biodiversidade existente.

         Os estratos encontram-se todos sobrepostos uns aos outros, sendo sempre uns diferentes dos outros, e ajudam também, todos em conjunto, a contar todos os episódios que ocorreram no local das camadas e toda a fauna e/ou flora que por lá habitou, a história geológica do local. Ao conjunto de todos os estratos sobrepostos paralelamente chama-se Estratificação.

Fig. 1- Vários tipos de geometrias possíveis nos estratos.

         Esta sobreposição depende dos factores com que se formam, pois agentes erosivos como a água ou o vento, condicionam a disposição e orientação dos estratos, fazendo com que as estratificações existentes sejam de vários tipos e geometrias (como na figura 1), sendo quatro a estratificação cruzada, a bioturbação, as ripple marks e a estratificação gradacional.


  • Estratificação Cruzada- Quando a superfície de um estrato se encontra cruzada ou parecem estar inclinadas ou direcções diferentes umas das outras no seu plano de sedimentação. isto ocorre devido principalmente quando o ambiente de sedimentação foi em dunas ou zonas fluviais.

Fig. 2- Estratificação Cruzada (antiga duna).
  • Bioturbação- Este tipo de estratificação ocorre quando, na altura dos estratos sedimentarem, existiam seres vivos (como caranguejos) que deixavam buracos, pegadas e registos da sua passagem, pelo que o estrato sedimenta com vestígios do ambiente que aí existiu. Estes vestígios são deixados em forma de círculos ou cilindros na vertical.

Fig. 3- Exemplo de Bioturbação.

  • Ripple Marks- São vestígios deixados quando a Sedimentação ocorreu em zonas marinhas ou fluviais, ou seja, existia movimento dos sedimentos, enquanto estes estratificavam. Quando observadas, têm a forma de "ondas" pequenas que podem ou não ser simétricas. Quando estas são simétricas, normalmente ocorrem num ambiente onde as correntes oscilavam e quando não são tão simétricas, o ambiente era de correntes que fluíam. 

Fig. 4- Ripple Marks assimétricas, formaram-se num ambiente de corrente fluída.

Fig. 5- Ripple Marks simétricas, formaram-se num ambiente onde as correntes oscilavam.

  • Estratificação Gradacional- Este tipo de estratificação é observada quando, num estrato, os grãos estão organizados consoante a sua granolometria, fazendo com que os grãos maiores se encontrem por baixo e os menores por cima, ou os menores por cima e os maiores por baixo, chamando-se, nesse caso, Estratificação Gradacional Invertida. Este fenómeno ocorre devido à quantidade de força da corrente que transporta os sedimentos, deixando-os depositar gradualmente, ficando, normalmente , os de maior grau em baixo. No entanto, podem estratificar de forma inversa quando a sua origem é em zonas de vulcanismo, pois nesse caso os fragmentos grosseiros podem ser os  primeiros a serem expelidos de uma dessas zonas, e os mais finos depois.

Fig. 6- Exemplo de Estratificação Gradacional.


         É através dos estratos e do estudos das estratificações que é possível fazer uma História Geológica do que ocorreu no passado da Terra.



Fontes Bibliográficas, consultadas desde 16 de Maio a 21 de Maio:



      Imagens:

        -http://estratpalo.blogspot.pt/2010/11/estratos-e-estratificacao.html
        -geodinamica.no.sapo.pt
        -www.geopor.pt
        -windowoutdoors.com
commons.wikimedia.org

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